Excelente reflexão… a algum tempo me mudei para uma rua que tem um desses estabelecimentos e não consigo contar quantos dias cruzo com pessoas entrando e saindo e em todos rostos de maquiagens borradas do dia anterior a tristeza e angústia são nítidas e o pedido de socorro em alguns chega ser audível, muitas inclusive saem e se escondem durante horas em calçadas próximas fumando e bebendo as 7 da manhã tentando fugir. É uma pena que o Only tenha passado a ideia de que a distância do digital não traz consequência mentais tão pesadas quanto as físicas.
Se tem uma coisa que NÃO está sendo romantizada é a prostituição. Está sendo, como sempre, estigmatizada. Romantizada não.
A prostituição sempre existiu e sempre vai existir.
Todo esse discurso anti-prostituição que procura reforçar a imagem das garotas (garotos e garotes) de programa como pobres coitadas, vítimas da sociedade, só reforça a ideia de que a prostituição não é um trabalho de verdade (E é! Reconhecido por lei, devo mencionar). Só reforça estigmas sobre a profissão que já existem há tanto tempo.
E é claro que se sua fonte for produções cinematográficas e literárias, sua opinião será totalmente enviesada! O cinema e a literatura ADORA dramatizar a profissão justamente porque a mentalidade das pessoas já está enviesada num estigma histórico e social que já é alimentado há muito.
Enquanto o drama e a melancolia é atribuído à profissão, os verdadeiros "venenos” são facilmente ocultos: a precarização do trabalho (como o que acontece com MUITAS outras profissões, no sistema capitalista), mas com o grande diferencial do estigma social que impede que as trabalhadoras tenham uma rede de apoio sólida & as desmotiva a acessarem os programas de saúde assistencial. Estigma esse que é reforçado com o discurso “anti-romantização da prostituição”.
Olhe em volta e olhe para DENTRO. Procure fontes de informação genuínas: pessoas que trabalham no job, pessoas de diferentes contextos que trabalhem no job. A prostituição NÃO está sendo romantizada. Outra vez: está sendo estigmatizada de diferentes formas.
O que acontece é que a profissão ressoa diferente entre recortes de gênero, raça e classe social, mas aí o problema não é o “job”, né…
Se prostituição é um trabalho como qualquer outro, por que mulheres precisam ser traficadas ao redor do mundo e forçadas a isso (pq não há mulheres suficientes que queiram fazer isso "voluntariamente" pra suprir a demanda sexual dos homens)? Pq homens não vendem sexo, pq não fazem strip também (na mesma proporção que mulheres)? Prostituição não é trabalho pq sexo não é trabalho, ponto. Não deveria ser feito de modo coercitivo pois a mulher precisa comer. Nossos corpos não são commodities. Se vc quer fazer isso ok, mas esse papo de que é sim um trabalho como qualquer outro é desumanizante.
Né?! Ora "profissão mais antiga do mundo". Esse papo é que é tosco. Se pornografia afeta a sua cabeça ao ponto de causar diversos problemas psicológicos, imagina o que rola na cabeça das minas que estão se prostituindo.
Se é contestável o argumento de que o trabalho em si dignifica, quem dirá a prostituição - que afeta muitas inclusive na adolescência. Prostituição é um problema, não uma profissão.
concordo totalmente com o que vc diz. Sem contar que hoje em dia ta em alta 0nly f4ns, que nada mais é que uma prostituição virtual (e as vezes não, porque envolve a prática do ato pra produzir um vídeo). Corpo não é pra ser objeto de trabalho.
se tem uma coisa que sempre foi romantizada, é a ideia de que a prostituição pode ser um trabalho como qualquer outro. mas não é.
a prostituição sempre existiu e sempre vai existir, sim, mas isso não significa que seja algo positivo ou que deva ser tratado como uma escolha comum. romantizar esse “job” ignora completamente o que está por trás dele: exploração, vulnerabilidade e um ciclo de degradação que atinge, principalmente, mulheres em situações de extrema necessidade.
e não, não é apenas um problema da "precarização do trabalho dentro do capitalismo". diferentemente de outras profissões, a prostituição não pode ser regulamentada sem que envolva coerção, abuso e um mercado que se alimenta da miséria. você já parou pra pensar por que quase ninguém que se prostitui começou por vontade própria? ou por que tantas querem sair, mas não conseguem?
enquanto vendem a ideia de que o problema é o “estigma”, escondem o que realmente mantém esse sistema funcionando: a demanda. a prostituição só existe porque há quem pague por ela. e esses clientes, ao contrário do que dizem, não veem essas pessoas como trabalhadoras comuns. eles as tratam como mercadoria, como algo descartável. e é por isso que muitas sofrem violência, abuso e desumanização constante.
romantizar a prostituição como um "trabalho como qualquer outro" não liberta ninguém. só mascara uma realidade cruel e continua alimentando a ideia de que o corpo das pessoas mais vulneráveis está à venda.
perdão, como chegou a essa conclusão? de fato, não conheço nenhuma, mas já estudei muito sobre é acompanhei lutas de mulheres que eram parte dessa vida e elas mesmas diziam tudo que eu citei aqui.
Recomendo o material da Carol Bonomi (& referências bibliográficas), inclusive, para quem queira estudar sobre o assunto. Recomendo também que conheçam pessoas reais que trabalham no ramo (mais de uma) e deem voz para essas pessoas antes de silenciá-las com tanta estigmatização. Nem tudo é preto & branco.
concordo muito com vc, muito discurso simplista, até se dizem feministas mas são um bando de conservadores que repassam um mesmo discurso contra mulheres.
Acho irônico que sempre que tocam nesse tópico, surgem diversas pessoas (ao menos nas outras redes) para descredibilizar a realidade sensível desse tópico, e novamente ROMANTIZAR essa vida. Parece que tá todo mundo vislumbrado por essa idealização criada por essa galera mais famosa, que não enxerga realmente o quão mais embaixo é o buraco.
Se todos os homens amaram um filme supostamente sobre uma mulher algo tem de muito tronxo rs eu vi e achei desconcertante. Todas as cenas são pro olhar masculino.
No meu último semestre da faculdade, tivemos que realizar um trabalho na disciplina Análise do discurso e como o próprio nome sugere, tínhamos que analisar um determinado discurso. O meu grupo e eu decidimos que analisariamos o impacto que a palavra " Job" estaria causando na atual sociedade e nos atuais veículos de redes sociais. É uma reflexão muito relevante a sua, chegamos também nessa conclusão em nossa análise e concluímos que essa nova significação do termo, anteriormente popularizado para trabalho freela, hoje mascara o real cenário em que essas pessoas, em sua maioria mulheres, estão submetidos a uma vulnerabilidade cruel. Achei muito relevante seu texto e fiquei feliz de achá-lo familiar com a minha pesquisa.
Apesar de ser uma realidade triste, esses dias eu vi uma moça comentando o quanto esses estabelecimentos e essas mulheres acabam salvando vidas de outras meninas (mesmo quando as vezes as delas entram em risco). Muitos homens abusadores acabam por procurar elas para evitar cometer crimes, levam roupas de filhas, sobrinhas e vizinhas e desejam ser chamados de paizinho, tiozinho… isso é de embrulhar o estômago e muito triste que algumas precisam de submeter a isso para salvarem inconscientemente a vida de outras.
Também vi nesse mesmo post um comentário de uma engenheira que dizia que quando se cria uma cidade, precisa construir esses estabelecimentos porque homens em um bar/boate acabam indo até lá para se satisfazerem e assim não fazem vítimas de abusos. É uma realidade muito complicada por conta desses homens para nós e para elas
SIMM EU VI ESSE VÍDEO!! é muito triste mesmo, imagina o que seriam das crianças sem essas profissionais... é uma realidade MUITO pesada, que necessita ser respeitada. as mulheres como um todo precisam reconhecer o que elas passam!
Falando mais especificamente da parte da internet, muitas dessas mulheres que participam da plataforma e/ou promovem o conteúdo juntamente com homens que assinam, na minha visão, apenas contribuem para esse tipo de coisa. Só existe por ter um mercado com demanda suficiente para manter a estrutura.
Eu particularmente, falando mais da música, acho uma péssima ideia até mesmo ouvir qualquer música que tente reforçar o estereótipo enaltecendo a adoração as drogas, criminalidade e esse papo de "usar a mulher" como um objeto. Essas músicas afirmam em sua maioria que o ser homem de verdade é quem "pega" mais mulher (expressão terrível), ou usam um tipo de droga. O que é totalmente contrário aos meus valores cristãos.
Se a gente ajudar consumindo esse tipo de música não estaríamos também influenciando toda a grande estrutura da romantização da prostituição? visto que essas músicas -- que influenciam sim e já é provado pela ciência, por mais que não precise -- reforçam o que há de mais vão e ignóbil no ser humano. É evidente que sim. Talvez um artigo escrevendo sobre a influência da música nas nossas vidas possa ser uma sugestão legal para o seu blog! Sucesso pra você! Deus te abençoe.
Tenho uma amiga que trabalha nessa área, e a primeira coisa que ela me disse foi: "As meninas vêm até mim perguntando como começar, achando que vão sentir prazer e ainda ganhar dinheiro com isso... até que aparece um velho gordo e fedido pedindo para usarem a roupa da filha dele e chamá-lo de papai.
Gostei da crítica quando foi assistir (antes do oscar). Critiqeui muito, pensei vocês nunca assistiram sonhos roubados.
Essa tema tem muitas problematizações:
1º Pr*stituição é uma questão de classe, mulheres cis e trans sofrerem com a exploração sexual do seus corpos. Isso é enfatizado pela sistema capitalista
2º Industria p*rn*gráfica além de adoecer as pessoas e um sistema de dinheiro do NEOLIBERALISMO. Sabem quantas mulheres sofrem abuso sexual? isso não é empoderamento.
3º Com o crescimento do neoliberalismo o crescimento pelo termos "job" e massa de pessoa produzindo e consumindo conteúdo do onlyfans aumentou muito
4º Apoiar a prostituição em vez de criticar o sistema que faz com que essas mulheres sejam exploradas NÃO é empoderamento
Anora falhou muito nisso, afalam que crítica o sonho americano mas é balela. Não mostra a realidade dessas mulheres, só reforça o estigma. Além que o Sean Backer acabou de ter seu twitter privado por seguir contas p*ornograficas, si*onista e de direta.
Hey! Vamos nos apoiar? Acabei de me inscrever pra sua newsletter. Falamos de assuntos parecidos. No meu caso, gosto de destrinchar as mais diversas cenas de filmes que me atraem 😊
Seu texto é ótimo sobre a romantização... É assustador o modo como a narrativa se inverte.
E mesmo em Uma Linda Mulher, a personagem Vivian faz outra escolha ao final do filme pra ter sua vida mudada. Primeiro ela decide ir estudar e morara em outro lugar, só depois o Edward aparece como um príncipe no carro/cavalo branco. Ela meio que "se salva primeiro", não optando por permanecer naquela vida.
Também não consigo entender como romantizam esse tipo de vida. Quando eu era adolescente, assisti um filme sobre tráfico humano na escola. Não me recordo o nome, mas lembro de ser a história de uma menina que é sequestrada e enviada para fazer serviço de prostituição. Era nítido o desespero dela, os bastidores de tudo isso é nojento… Foi um filme horrível de assistir e fico pensando, se em uma tela é assim, imagina na vida real. Acho que as escolas deveriam voltar à exibir esse tipo de filme, pois tenho certeza que nenhuma menina ou menino que assistir isso, vai cair na armadilha de romantizar a realidade dessas pessoas.
Isso se torna um problema maior ainda quando você percebe que está se espalhando até pelas crianças. Na minha escola um cara do sexto ano falou que queria ter um monte de “Do Job” e as meninas da sala riram, não ficaram nem um pouco incomodadas, pois já estão normalizado o termo. Isso é ruim na minha visão por vários motivos.
1⁰: Sexualização de menores de idade
Quando meninas crianças começam a falar e conviver com essas coisas, predadores podem ver como uma oportunidade de sexualiza-las.
2⁰: Cultura do assédio nos homens.
Todo homem é criado desde criança para gostarem de mulheres. Então, ao conviver com a Sexualização das mulheres, desde novos, tendem a pensar que não tem problema em ver as mulheres como “objetivo”. Isso pode aumentar o ego dos homens desde novos fazendo eles acharem que as mulheres pertencem a eles, assim causando mais cedo ou mais tarde podendo causar um assédio.
3⁰: Morte da cultura (Sim).
Ao se popularizar ao extremo essas músicas, se romantiza não so a prostituição, mas também o roubo, a ostentação, o crime etc. As músicas Brasileiras tinham críticas, abordavam assuntos importantes, eram animadas, com uma voz incrível de todos os cantores. Porém, hoje em dia as músicas são feitas apenas para viralizar, exemplo disso são as músicas famosas atualmente que tem vozes podres com autotunes absurdos e assuntos como apostas, prostituição, ostentação e mais coisas que viralizam.
Esse é meu ponto de vista
Sou homem e tenho observado isso desde bastante tempo, as vezes tenho raiva. Não posso fazer nada e vejo a sociedade apodrecendo e acabo sofrendo as consequências disso.
fora que, com toda essa romantização que está rolando na internet, muitos caras estão começando a achar que toda mulher é puta. já cansei de ver várias amigas minhas mostrando mensagens no direct com caras perguntando: “quanto é o job?”, as meninas no tiktok recebem coisas ainda piores, simplesmente por serem bonitas e estarem se mostrando. isso tá terrível e já perdeu completamente a mão.
Eu vejo um desafio em pessoas de esquerda (e aí me incluo) em reconhecer que prostituição não deveria ser uma prática aceitável e que todo mundo sabe que existe. Parece que a gente tem medo de ser visto como conservador por se aliar a pessoas conservadoras em uma ou outra pauta, como se sempre tivéssemos que ser contra a moral cultural social.
Seu comentário foi extremamente necessário. A polaridade política criou uma ruptura na moral, pessoas tem medo de se posicionar para não serem rotuladas de um grupo que não simpatizam e apoiam. A insanidade dessa época…
Excelente reflexão… a algum tempo me mudei para uma rua que tem um desses estabelecimentos e não consigo contar quantos dias cruzo com pessoas entrando e saindo e em todos rostos de maquiagens borradas do dia anterior a tristeza e angústia são nítidas e o pedido de socorro em alguns chega ser audível, muitas inclusive saem e se escondem durante horas em calçadas próximas fumando e bebendo as 7 da manhã tentando fugir. É uma pena que o Only tenha passado a ideia de que a distância do digital não traz consequência mentais tão pesadas quanto as físicas.
sim, é um sofrimento imensurável. obrigada pela leitura atenta e pelo relato! <33
Se tem uma coisa que NÃO está sendo romantizada é a prostituição. Está sendo, como sempre, estigmatizada. Romantizada não.
A prostituição sempre existiu e sempre vai existir.
Todo esse discurso anti-prostituição que procura reforçar a imagem das garotas (garotos e garotes) de programa como pobres coitadas, vítimas da sociedade, só reforça a ideia de que a prostituição não é um trabalho de verdade (E é! Reconhecido por lei, devo mencionar). Só reforça estigmas sobre a profissão que já existem há tanto tempo.
E é claro que se sua fonte for produções cinematográficas e literárias, sua opinião será totalmente enviesada! O cinema e a literatura ADORA dramatizar a profissão justamente porque a mentalidade das pessoas já está enviesada num estigma histórico e social que já é alimentado há muito.
Enquanto o drama e a melancolia é atribuído à profissão, os verdadeiros "venenos” são facilmente ocultos: a precarização do trabalho (como o que acontece com MUITAS outras profissões, no sistema capitalista), mas com o grande diferencial do estigma social que impede que as trabalhadoras tenham uma rede de apoio sólida & as desmotiva a acessarem os programas de saúde assistencial. Estigma esse que é reforçado com o discurso “anti-romantização da prostituição”.
Olhe em volta e olhe para DENTRO. Procure fontes de informação genuínas: pessoas que trabalham no job, pessoas de diferentes contextos que trabalhem no job. A prostituição NÃO está sendo romantizada. Outra vez: está sendo estigmatizada de diferentes formas.
O que acontece é que a profissão ressoa diferente entre recortes de gênero, raça e classe social, mas aí o problema não é o “job”, né…
Se prostituição é um trabalho como qualquer outro, por que mulheres precisam ser traficadas ao redor do mundo e forçadas a isso (pq não há mulheres suficientes que queiram fazer isso "voluntariamente" pra suprir a demanda sexual dos homens)? Pq homens não vendem sexo, pq não fazem strip também (na mesma proporção que mulheres)? Prostituição não é trabalho pq sexo não é trabalho, ponto. Não deveria ser feito de modo coercitivo pois a mulher precisa comer. Nossos corpos não são commodities. Se vc quer fazer isso ok, mas esse papo de que é sim um trabalho como qualquer outro é desumanizante.
Né?! Ora "profissão mais antiga do mundo". Esse papo é que é tosco. Se pornografia afeta a sua cabeça ao ponto de causar diversos problemas psicológicos, imagina o que rola na cabeça das minas que estão se prostituindo.
Se é contestável o argumento de que o trabalho em si dignifica, quem dirá a prostituição - que afeta muitas inclusive na adolescência. Prostituição é um problema, não uma profissão.
concordo totalmente com o que vc diz. Sem contar que hoje em dia ta em alta 0nly f4ns, que nada mais é que uma prostituição virtual (e as vezes não, porque envolve a prática do ato pra produzir um vídeo). Corpo não é pra ser objeto de trabalho.
se tem uma coisa que sempre foi romantizada, é a ideia de que a prostituição pode ser um trabalho como qualquer outro. mas não é.
a prostituição sempre existiu e sempre vai existir, sim, mas isso não significa que seja algo positivo ou que deva ser tratado como uma escolha comum. romantizar esse “job” ignora completamente o que está por trás dele: exploração, vulnerabilidade e um ciclo de degradação que atinge, principalmente, mulheres em situações de extrema necessidade.
e não, não é apenas um problema da "precarização do trabalho dentro do capitalismo". diferentemente de outras profissões, a prostituição não pode ser regulamentada sem que envolva coerção, abuso e um mercado que se alimenta da miséria. você já parou pra pensar por que quase ninguém que se prostitui começou por vontade própria? ou por que tantas querem sair, mas não conseguem?
enquanto vendem a ideia de que o problema é o “estigma”, escondem o que realmente mantém esse sistema funcionando: a demanda. a prostituição só existe porque há quem pague por ela. e esses clientes, ao contrário do que dizem, não veem essas pessoas como trabalhadoras comuns. eles as tratam como mercadoria, como algo descartável. e é por isso que muitas sofrem violência, abuso e desumanização constante.
romantizar a prostituição como um "trabalho como qualquer outro" não liberta ninguém. só mascara uma realidade cruel e continua alimentando a ideia de que o corpo das pessoas mais vulneráveis está à venda.
Aposto que você não deve conhecer muitas pessoas do ramo para tanta conclusão unilateral.
Ou mesmo clientes do ramo. Nem tudo é preto ou branco (ou preto no branco).
perdão, como chegou a essa conclusão? de fato, não conheço nenhuma, mas já estudei muito sobre é acompanhei lutas de mulheres que eram parte dessa vida e elas mesmas diziam tudo que eu citei aqui.
Recomendo o material da Carol Bonomi (& referências bibliográficas), inclusive, para quem queira estudar sobre o assunto. Recomendo também que conheçam pessoas reais que trabalham no ramo (mais de uma) e deem voz para essas pessoas antes de silenciá-las com tanta estigmatização. Nem tudo é preto & branco.
concordo muito com vc, muito discurso simplista, até se dizem feministas mas são um bando de conservadores que repassam um mesmo discurso contra mulheres.
Acho irônico que sempre que tocam nesse tópico, surgem diversas pessoas (ao menos nas outras redes) para descredibilizar a realidade sensível desse tópico, e novamente ROMANTIZAR essa vida. Parece que tá todo mundo vislumbrado por essa idealização criada por essa galera mais famosa, que não enxerga realmente o quão mais embaixo é o buraco.
Se todos os homens amaram um filme supostamente sobre uma mulher algo tem de muito tronxo rs eu vi e achei desconcertante. Todas as cenas são pro olhar masculino.
No meu último semestre da faculdade, tivemos que realizar um trabalho na disciplina Análise do discurso e como o próprio nome sugere, tínhamos que analisar um determinado discurso. O meu grupo e eu decidimos que analisariamos o impacto que a palavra " Job" estaria causando na atual sociedade e nos atuais veículos de redes sociais. É uma reflexão muito relevante a sua, chegamos também nessa conclusão em nossa análise e concluímos que essa nova significação do termo, anteriormente popularizado para trabalho freela, hoje mascara o real cenário em que essas pessoas, em sua maioria mulheres, estão submetidos a uma vulnerabilidade cruel. Achei muito relevante seu texto e fiquei feliz de achá-lo familiar com a minha pesquisa.
obrigada por ler com atenção Olivia, que interessante a sua pesquisa!!
oii Olivia, tudo bem? Poderia compartilhar comigo sua pesquisa, fiquei super interessada em ler
Vou te enviar no pv
Apesar de ser uma realidade triste, esses dias eu vi uma moça comentando o quanto esses estabelecimentos e essas mulheres acabam salvando vidas de outras meninas (mesmo quando as vezes as delas entram em risco). Muitos homens abusadores acabam por procurar elas para evitar cometer crimes, levam roupas de filhas, sobrinhas e vizinhas e desejam ser chamados de paizinho, tiozinho… isso é de embrulhar o estômago e muito triste que algumas precisam de submeter a isso para salvarem inconscientemente a vida de outras.
Também vi nesse mesmo post um comentário de uma engenheira que dizia que quando se cria uma cidade, precisa construir esses estabelecimentos porque homens em um bar/boate acabam indo até lá para se satisfazerem e assim não fazem vítimas de abusos. É uma realidade muito complicada por conta desses homens para nós e para elas
SIMM EU VI ESSE VÍDEO!! é muito triste mesmo, imagina o que seriam das crianças sem essas profissionais... é uma realidade MUITO pesada, que necessita ser respeitada. as mulheres como um todo precisam reconhecer o que elas passam!
Achei a sua reflexão muito interessante.
Falando mais especificamente da parte da internet, muitas dessas mulheres que participam da plataforma e/ou promovem o conteúdo juntamente com homens que assinam, na minha visão, apenas contribuem para esse tipo de coisa. Só existe por ter um mercado com demanda suficiente para manter a estrutura.
Eu particularmente, falando mais da música, acho uma péssima ideia até mesmo ouvir qualquer música que tente reforçar o estereótipo enaltecendo a adoração as drogas, criminalidade e esse papo de "usar a mulher" como um objeto. Essas músicas afirmam em sua maioria que o ser homem de verdade é quem "pega" mais mulher (expressão terrível), ou usam um tipo de droga. O que é totalmente contrário aos meus valores cristãos.
Se a gente ajudar consumindo esse tipo de música não estaríamos também influenciando toda a grande estrutura da romantização da prostituição? visto que essas músicas -- que influenciam sim e já é provado pela ciência, por mais que não precise -- reforçam o que há de mais vão e ignóbil no ser humano. É evidente que sim. Talvez um artigo escrevendo sobre a influência da música nas nossas vidas possa ser uma sugestão legal para o seu blog! Sucesso pra você! Deus te abençoe.
Tenho uma amiga que trabalha nessa área, e a primeira coisa que ela me disse foi: "As meninas vêm até mim perguntando como começar, achando que vão sentir prazer e ainda ganhar dinheiro com isso... até que aparece um velho gordo e fedido pedindo para usarem a roupa da filha dele e chamá-lo de papai.
Gostei da crítica quando foi assistir (antes do oscar). Critiqeui muito, pensei vocês nunca assistiram sonhos roubados.
Essa tema tem muitas problematizações:
1º Pr*stituição é uma questão de classe, mulheres cis e trans sofrerem com a exploração sexual do seus corpos. Isso é enfatizado pela sistema capitalista
2º Industria p*rn*gráfica além de adoecer as pessoas e um sistema de dinheiro do NEOLIBERALISMO. Sabem quantas mulheres sofrem abuso sexual? isso não é empoderamento.
3º Com o crescimento do neoliberalismo o crescimento pelo termos "job" e massa de pessoa produzindo e consumindo conteúdo do onlyfans aumentou muito
4º Apoiar a prostituição em vez de criticar o sistema que faz com que essas mulheres sejam exploradas NÃO é empoderamento
Anora falhou muito nisso, afalam que crítica o sonho americano mas é balela. Não mostra a realidade dessas mulheres, só reforça o estigma. Além que o Sean Backer acabou de ter seu twitter privado por seguir contas p*ornograficas, si*onista e de direta.
Hey! Vamos nos apoiar? Acabei de me inscrever pra sua newsletter. Falamos de assuntos parecidos. No meu caso, gosto de destrinchar as mais diversas cenas de filmes que me atraem 😊
Seu texto é ótimo sobre a romantização... É assustador o modo como a narrativa se inverte.
E mesmo em Uma Linda Mulher, a personagem Vivian faz outra escolha ao final do filme pra ter sua vida mudada. Primeiro ela decide ir estudar e morara em outro lugar, só depois o Edward aparece como um príncipe no carro/cavalo branco. Ela meio que "se salva primeiro", não optando por permanecer naquela vida.
obrigada Marcella!! que bom que vc gostou!
Também não consigo entender como romantizam esse tipo de vida. Quando eu era adolescente, assisti um filme sobre tráfico humano na escola. Não me recordo o nome, mas lembro de ser a história de uma menina que é sequestrada e enviada para fazer serviço de prostituição. Era nítido o desespero dela, os bastidores de tudo isso é nojento… Foi um filme horrível de assistir e fico pensando, se em uma tela é assim, imagina na vida real. Acho que as escolas deveriam voltar à exibir esse tipo de filme, pois tenho certeza que nenhuma menina ou menino que assistir isso, vai cair na armadilha de romantizar a realidade dessas pessoas.
Muito bem colocado!
Isso se torna um problema maior ainda quando você percebe que está se espalhando até pelas crianças. Na minha escola um cara do sexto ano falou que queria ter um monte de “Do Job” e as meninas da sala riram, não ficaram nem um pouco incomodadas, pois já estão normalizado o termo. Isso é ruim na minha visão por vários motivos.
1⁰: Sexualização de menores de idade
Quando meninas crianças começam a falar e conviver com essas coisas, predadores podem ver como uma oportunidade de sexualiza-las.
2⁰: Cultura do assédio nos homens.
Todo homem é criado desde criança para gostarem de mulheres. Então, ao conviver com a Sexualização das mulheres, desde novos, tendem a pensar que não tem problema em ver as mulheres como “objetivo”. Isso pode aumentar o ego dos homens desde novos fazendo eles acharem que as mulheres pertencem a eles, assim causando mais cedo ou mais tarde podendo causar um assédio.
3⁰: Morte da cultura (Sim).
Ao se popularizar ao extremo essas músicas, se romantiza não so a prostituição, mas também o roubo, a ostentação, o crime etc. As músicas Brasileiras tinham críticas, abordavam assuntos importantes, eram animadas, com uma voz incrível de todos os cantores. Porém, hoje em dia as músicas são feitas apenas para viralizar, exemplo disso são as músicas famosas atualmente que tem vozes podres com autotunes absurdos e assuntos como apostas, prostituição, ostentação e mais coisas que viralizam.
Esse é meu ponto de vista
Sou homem e tenho observado isso desde bastante tempo, as vezes tenho raiva. Não posso fazer nada e vejo a sociedade apodrecendo e acabo sofrendo as consequências disso.
Obrigado por ler até aqui.
fora que, com toda essa romantização que está rolando na internet, muitos caras estão começando a achar que toda mulher é puta. já cansei de ver várias amigas minhas mostrando mensagens no direct com caras perguntando: “quanto é o job?”, as meninas no tiktok recebem coisas ainda piores, simplesmente por serem bonitas e estarem se mostrando. isso tá terrível e já perdeu completamente a mão.
simmm, contribui cada vez mais para a visão da mulher como objeto sexual!!
Eu vejo um desafio em pessoas de esquerda (e aí me incluo) em reconhecer que prostituição não deveria ser uma prática aceitável e que todo mundo sabe que existe. Parece que a gente tem medo de ser visto como conservador por se aliar a pessoas conservadoras em uma ou outra pauta, como se sempre tivéssemos que ser contra a moral cultural social.
fato!!!
Seu comentário foi extremamente necessário. A polaridade política criou uma ruptura na moral, pessoas tem medo de se posicionar para não serem rotuladas de um grupo que não simpatizam e apoiam. A insanidade dessa época…