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Avatar de fernanda holanda

Excelente reflexão… a algum tempo me mudei para uma rua que tem um desses estabelecimentos e não consigo contar quantos dias cruzo com pessoas entrando e saindo e em todos rostos de maquiagens borradas do dia anterior a tristeza e angústia são nítidas e o pedido de socorro em alguns chega ser audível, muitas inclusive saem e se escondem durante horas em calçadas próximas fumando e bebendo as 7 da manhã tentando fugir. É uma pena que o Only tenha passado a ideia de que a distância do digital não traz consequência mentais tão pesadas quanto as físicas.

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Avatar de Laurah Shinoda

Se tem uma coisa que NÃO está sendo romantizada é a prostituição. Está sendo, como sempre, estigmatizada. Romantizada não.

A prostituição sempre existiu e sempre vai existir.

Todo esse discurso anti-prostituição que procura reforçar a imagem das garotas (garotos e garotes) de programa como pobres coitadas, vítimas da sociedade, só reforça a ideia de que a prostituição não é um trabalho de verdade (E é! Reconhecido por lei, devo mencionar). Só reforça estigmas sobre a profissão que já existem há tanto tempo.

E é claro que se sua fonte for produções cinematográficas e literárias, sua opinião será totalmente enviesada! O cinema e a literatura ADORA dramatizar a profissão justamente porque a mentalidade das pessoas já está enviesada num estigma histórico e social que já é alimentado há muito.

Enquanto o drama e a melancolia é atribuído à profissão, os verdadeiros "venenos” são facilmente ocultos: a precarização do trabalho (como o que acontece com MUITAS outras profissões, no sistema capitalista), mas com o grande diferencial do estigma social que impede que as trabalhadoras tenham uma rede de apoio sólida & as desmotiva a acessarem os programas de saúde assistencial. Estigma esse que é reforçado com o discurso “anti-romantização da prostituição”.

Olhe em volta e olhe para DENTRO. Procure fontes de informação genuínas: pessoas que trabalham no job, pessoas de diferentes contextos que trabalhem no job. A prostituição NÃO está sendo romantizada. Outra vez: está sendo estigmatizada de diferentes formas.

O que acontece é que a profissão ressoa diferente entre recortes de gênero, raça e classe social, mas aí o problema não é o “job”, né…

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